Há uma preocupação latente nos dias de hoje. Temos visto profundas transformações políticas e sociais em nossa nação e, ao mesmo tempo, um processo denso de desconstrução essencial na figura masculina que habita a pós-modernidade. O homem que diz ser “macho” já é taxado nesta sociedade de “machista”. E o homem que se feminiza exacerbadamente é elevado às alturas da aceitação pública e midiática.
Ser homem neste tempo é mais do que um desafio – é um peso que os fracos não podem suportar.
A comunidade da fé está enfraquecida porque os homens estão escondidos em algum quarto de frente para uma televisão jogando GTA. As esposas estão chorando e cansadas porque tem dois meninos em casa para criar: um de 2 anos e o outro de 30. As crianças encontram mais referências pessoais na TV, na Internet ou na rua do que em casa. Definitivamente, homem é uma “raça” em extinção!
Programa que ensina a Bíblia vira febre na Internet
No entanto, o que pode mudar neste cenário? Será que continuaremos assistindo de camarote a derrocada da família tradicional por causa da omissão de maridos e pais? Será que não há mais esperança para essa mulher ou para essa criança? Será que a sociedade continuará sofrendo com as estatísticas cada vez mais avassaladoras que minimizam a expectativa e a qualidade de vida do homem no mundo? Sinceramente e particularmente, não tenho uma resposta concreta para tantas perguntas, mas sei que há um Deus Soberano no trono desta criação.
E este Deus, tão glorioso que é e tão misterioso, assumiu a identidade do homem. Este Deus se fez homem. Ele reavivou a esperança do mundo pela instrumentalidade do gênero humano masculino. Não é à toa que por um só veio o pecado e que por um só também veio a justiça (Rm 5.17).
Jesus tem a palavra da vida eterna que redime o homem do que seu maior inimigo: si mesmo.
E é debaixo do ensino de Jesus que podemos encontrar a solução deste mal que tem devastado lares, casamentos e histórias lindas em potencial. Vamos elencar abaixo cinco inimigos da masculinidade cristã e já ponderarmos caminhos para que possamos derrota-los; e, assim, vivenciarmos grandes transformações em nós e nos nossos. São eles:
Imaturidade espiritual
Um homem não é feito da noite pro dia. E.M Bounds diz que “é preciso 20 anos para se preparar um sermão, porque são necessários 20 anos para formar um homem”. E isso não tem muito a ver com o tempo em si, e sim com o esforço pelo crescimento que gera recompensa. Numa sociedade fast-food como a nossa, adentrar em projetos de longo prazo parece para muitos uma perda de tempo, contudo é esse o caminho bíblico para o amadurecimento espiritual que resultará no pastoreio do lar. Homens imaturos espiritualmente estão falhando na liderança de suas casas, impedindo que suas esposas e filhos desejem mais a Cristo e busquem a glória de Deus. A imaturidade espiritual se vence pelo exercício da piedade cristã, se devotando mais a Jesus e abandonando as alianças que foram feitas com a carne e os desejos maus.
Imaturidade econômica
Somos bombardeados pelo consumismo e pelo entretenimento, de modo que o dinheiro simplesmente nos falta devido à sua má gestão. Gastamos muito naquilo que não é essencial e falhamos quase que todo dia na arte de economizar. Tudo isso é uma demonstração de que o senso próprio de responsabilidade no Reino está enfraquecido, quiçá inexistente. Precisamos enfrentar o sentimento irresponsável e inconsequente (tão comum nos adolescentes) e direcionar a razão para as decisões que implicam diretamente nas nossas contas e necessidades básicas. Não adianta sair gastando com cinema, viagem ou com aqueles milhares de luxos supérfluos e ter a dispensa vazia por conta disso.
E também precisamos nos dedicar ao nosso emprego, buscando “segurá-lo” (ainda mais no país com a crise que está) e não dando brechas para uma possível demissão sem justa causa. A imaturidade econômica tem roubado o sono de muitos cônjuges e o homem é o maior responsável pela proteção da casa, inclusive financeira. É importantíssimo que se busque a orientação bíblica, a sabedoria do alto pela oração e o aconselhamento com vistas de restabelecer a ordem e a decência na administração dos recursos que Deus dá para a sua família subsistir mês a mês.
E também precisamos nos dedicar ao nosso emprego, buscando “segurá-lo” (ainda mais no país com a crise que está) e não dando brechas para uma possível demissão sem justa causa. A imaturidade econômica tem roubado o sono de muitos cônjuges e o homem é o maior responsável pela proteção da casa, inclusive financeira. É importantíssimo que se busque a orientação bíblica, a sabedoria do alto pela oração e o aconselhamento com vistas de restabelecer a ordem e a decência na administração dos recursos que Deus dá para a sua família subsistir mês a mês.
Imaturidade física
O homem possui ombros mais largos para poder servir melhor a sua família fisicamente. Não somos mais fortes para abusarmos de nossas esposas e filhos, nem para trata-los com violência e ira, mas para protege-los e cuidarmos melhor de todos no recôndito familiar. Satanás tem manipulado mentes neste tempo fazendo o homem gastar todas as suas energias na produção da violência e do orgulho, quando Deus o criou para usar tal energia para fins de serviço e cuidado. Não permita que o seu corpo deixe de louvar ao Criador por causa das influências malignas que tentam te reduzir a uma imagem e uns músculos. Seja um homem santo que se alegra na verdade de que é a habitação do Espírito de Deus!
*Tirando o caso de quem possui uma enfermidade ou incapacitação física, temos em Deus uma vocação para maturidade física, de modo que seja visível a nossa proeminência masculina na sociedade.
Portanto, combine na sua maneira de viver o compromisso e o vigor para que sua família seja protegida e, o teu Deus, exaltado.
Imaturidade sexual
Este inimigo precisa ter o seu poder reconhecido. O homem pós-moderno é um escravo sexual. Somos tentados todos os dias a reduzir a mulher a um corpo de carne andante, e não temos o controle muitas vezes dos nossos impulsos lascivos. A questão da imaturidade sexual se revela e se esclarece no discipulado (ou na falha dele). Os jovens cristãos de hoje em dia não estão conseguindo entrar no casamento virgens, e muitos se enganam pelo que ouvem na escola ou na faculdade. Na questão da moralidade sexual, ser “retrógrado e atrasado” é a chave para o sucesso futuro com o seu cônjuge. Quando não sabemos lidar bem com isso, principalmente mediante ao que tememos ou não acerca da vontade de Deus para nós, tendemos a nos frustrar precocemente. E a precocidade pode se agravar na relação direta com a sua esposa.
Lute pela santidade no seu casamento. Considere que o sexo não é apenas prazer (contudo, não é apenas para fins reprodutivos), e que o escopo do desígnio de Deus para a vida humana passa por sua sexualidade. Uma sexualidade sadia adora àquele que a criou; porém, uma sexualidade adoecida é um mal-em-si que entristece o Espírito Santo. Não seja vencido pela fraqueza sexual e não se omita na sua busca pela maturidade neste aspecto da vida. Se esforce pelos meios de graça e se fortaleça no amor divino, bem como no amor marital.
Imaturidade pessoal
A nossa maior batalha é a batalha pela integridade e pela piedade. Temos todas as armas, mas não basta apenas deter o poderio bélico contra a imaturidade pessoal. Precisamos de coragem para não recuarmos ante os desafios que sempre exigirão de nós confissão, arrependimento e muitas mudanças nos hábitos e nas escolhas. Precisamos aprender com o fracasso, reconhecer as fraquezas e admitir derrotas. Mas também precisamos nos posicionar firmemente em nossas relações conjugais, familiares e comunitárias, demonstrando que somos adultos e responsáveis na colaboração e na construção de uma nova consciência, aquela que prioriza a Deus, o cônjuge, os filhos, a comunidade e a cidade, não negociando a ordem dessas prioridades em nossas vidas.
A masculinidade bíblica, para ser aplicada nos dias de hoje, exige muita coragem de quem a intenta aplicar. Não basta ter boas ideias na mente e palavras belas nos lábios; é preciso de mãos e pés firmados na verdade, na santidade e no amor. Não podemos nos permitir viver fora de um olhar fixado na pessoa de Jesus Cristo, que é o nosso Modelo Supremo de ser homem, e não devemos aceitar que este mundo nos defina, pois a Escritura já estabeleceu que fomos recriados pela fé à imagem do Filho, que foi e é homem como ninguém ousou ser, e que nos ajuda em todas as dificuldades, dores, perdas e tribulações.
Fonte: Gospel Prime, por Maycson Rodrigues