segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Recuperando o Evangelho


 
O evangelho de Jesus Cristo é o maior de todos os tesouros dados à igreja e ao cristão como indivíduo. Não é uma mensagem entre muitas, mas a mensagem acima de todas as outras. É o poder de Deus para a salvação e a maior revelação da multiforme sabedoria de Deus aos homens e aos anjos. É por essa razão que o apóstolo Paulo deu primazia ao evangelho em sua pregação, esforçando-se com tudo que tinha para proclamá-lo com clareza, pronunciando até mesmo uma maldição sobre todos que pervertessem sua verdade.

Cada geração de cristãos, pelo poder do Espírito Santo, é responsável pela mensagem do evangelho. Deus nos chama a guardar este tesouro que nos foi confiado. Se quisermos ser fiéis mordomos, teremos de estar absorvidos no estudo do evangelho, tomando grande cuidado para compreender as suas verdades, comprometendo-nos a guardar o seu conteúdo. Ao fazê-lo, garantimos nossa salvação, bem como a salvação daqueles que nos ouvem.

Como sabemos comumente, a palavra Evangelho vem do vocábulo grego euangélion, que é traduzida como “boas novas”. Num sentido, toda página da Escritura contém o evangelho, mas em outro sentido, ele se refere a uma mensagem muito específica — a salvação realizada para um povo caído, por meio da vida, morte, ressurreição e ascensão de Jesus Cristo, o Filho de Deus.

Conforme o bom prazer do Pai, o Filho eterno, que é um com o Pai e a exata representação de sua natureza, deixou voluntariamente a glória do céu, foi concebido pelo Espírito Santo no ventre de uma virgem, e nasceu o homem-Deus: Jesus de Nazaré. Como homem, ele andou sobre a terra em perfeita obediência à lei de Deus. Na plenitude do tempo, os homens rejeitaram-no e o crucificaram. Sobre a cruz, ele carregou o pecado do homem, sofreu a ira de Deus, e morreu no lugar do homem. Ao terceiro dia, Deus o ressuscitou da morte. Esta ressurreição é a declaração divina de que o Pai aceitou a morte de seu Filho como sacrifício pelo pecado. Jesus pagou a penalidade pela desobediência do homem, satisfez as demandas da justiça e aplacou a ira de Deus. Quarenta dias após a ressurreição, o Filho de Deus ascendeu ao céu e se assentou à destra do Pai, e foi-lhe dada glória honra, e domínio sobre todas as coisas. Ali, na presença de Deus, ele representa seu povo e intercede junto a Deus em seu favor. Deus perdoará plenamente a todos quantos reconhecem seu estado de pecado e incapacidade, e se lançam sobre Cristo, sendo por ele declarados justos e reconciliados a ele. Este é o evangelho de Deus e de Jesus Cristo, seu Filho.

Um dos maiores crimes cometidos pela presente geração de cristãos é a negligência do evangelho, e é devido a essa negligência que nascem todos os nossos outros males. O mundo perdido não é tão endurecido quanto é ignorante do evangelho, porque muitos que proclamam sua mensagem também ignoram suas verdades mais básicas. Os temas essenciais que compõem o próprio cerne do evangelho — justiça de Deus, depravação total do homem, expiação pelo sangue, a natureza da verdadeira conversão, e a base bíblica para a segurança da salvação — estão demasiadamente ausentes dos púlpitos atuais. As igrejas reduzem a mensagem do evangelho a algumas declarações do credo, ensinam que a conversão é apenas uma decisão humana e pronunciam a segurança da salvação para qualquer um que tenha feito a “oração do pecador”.

O resultado desse reducionismo evangélico tem sido de longo alcance. Primeiro, endurece ainda mais o coração dos não convertidos. Poucos “convertidos” dos dias modernos entram na comunhão da igreja, e os que o fazem, muitas vezes, se desviam ou têm as vidas marcadas pela carnalidade habitual. Milhões sem conta andam por nossas ruas e se assentam, não transformados pelo verdadeiro evangelho de Jesus Cristo. No entanto, estão convencidos de sua salvação, porque em dado momento de sua vida levantaram a mão em uma campanha evangelística ou repetiram uma oração aceitando Jesus. Esse falso senso de segurança cria uma grande barreira que, frequentemente, isola estes indivíduos de ouvir o verdadeiro evangelho.

Em segundo lugar, tal evangelho deforma a igreja, fazendo com que, em vez de ser um corpo espiritual de crentes regenerados, seja um ajuntamento de homens carnais, que professam conhecer a Deus, mas o negam por suas obras. Com a pregação do verdadeiro evangelho, os homens chegam à igreja, sem o entretenimento evangélico, atividades especiais ou promessas de benefícios além daqueles realmente oferecidos pelo evangelho. Aqueles que vêm o fazem porque desejam a Cristo e tem fome da verdade bíblica, adoração de coração e oportunidades de servir. Quando a igreja proclama um evangelho menor que isso, ela se enche de homens carnais, que compartilham pouco interesse pelas coisas de Deus. Manter tais pessoas é um fardo pesado para a igreja. A igreja então diminui o nível das demandas radicais do evangelho para uma moralidade conveniente, e a verdadeira dedicação a Cristo cede a atividades projetadas para suprir as necessidades sentidas pelos seus membros. A igreja torna-se dirigida por atividades ao invés de ser centrada em Cristo, e cuidadosamente filtra ou faz novo pacote da verdade, a fim de não ofender a maioria carnal. A igreja deixa de lado as grandes verdades da Escritura e do cristianismo ortodoxo, e o pragmatismo (ou seja, aquilo que mantém a igreja em movimento e crescimento) se torna a regra do dia.

Em terceiro lugar, um evangelho desse tipo reduz o evangelismo a pouco mais que um esforço humanista dirigido por estratégias de marketing sagazes, baseadas nas últimas tendências da cultura. Após anos testemunhando a impotência de um evangelho não bíblico, muitos evangélicos parecem convencidos de que ele não vai dar certo, e que o homem de alguma maneira tornou-se um ser complexo demais para ser salvo e transformado por mensagem tão simples e escandalosa. Hoje em dia há maior ênfase em entender nossa cultura decaída e seus modismos do que compreender e proclamar a única mensagem que tem o poder de salvá-la. Como resultado, o evangelho é constantemente reapresentado, de forma a caber na caixinha do que a cultura contemporânea considera mais relevante. Esquecemos que o verdadeiro evangelho sempre é relevante a toda cultura porque é a palavra eterna de Deus para todo homem.

Em quarto lugar, um evangelho assim traz repreensão ao nome de Deus. Uma proclamação diluída do evangelho faz com que os carnais e não convertidos entrem na comunhão da igreja, e pela negligência quase que total do que seja uma igreja bíblica, é permitido que eles permaneçam sem correção ou repreensão. Isso mancha a pureza e reputação da igreja e é blasfêmia ao nome de Deus entre os incrédulos. No final, Deus não é glorificado, a igreja não é edificada, os membros não convertidos na igreja não são salvos, e a igreja tem pouco ou nenhum testemunho ao mundo descrente.

Não fica bem a nós, ministros ou leigos, estarmos tão próximos, vendo “o glorioso evangelho de nosso bendito Deus” substituído por um evangelho de menor glória, e não fazermos nada sobre isso. Como mordomos desta verdade, temos o dever de recuperar o único evangelho verdadeiro e proclamá-lo com ousadia e clareza a todos. Faríamos bem em atender as palavras de Charles Haddon Spurgeon:
Nestes dias, sinto-me impelido a voltar repetidamente às verdades elementares do evangelho. Em tempos de paz, talvez sintamos liberdade de fazer excursões aos interessantes distritos da verdade que se encontram em campos distantes; mas agora precisamos manter-nos em casa, guardando os corações e lares da igreja, defendendo os primeiros princípios da fé. Na era presente, tem surgido na própria igreja, homens que falam coisas perversas. Há muitos que nos perturbam com suas filosofias e novas interpretações, com as quais negam as doutrinas que professam ensinar, solapando a fé que têm compromisso de manter. É bom que alguns de nós, que sabemos no que cremos, e não forjamos significados secretos para nossas palavras, simplesmente batamos o pé e nos recusemos a tanto, apresentando a palavra da vida, e declarando claramente as verdades fundamentais do evangelho de Jesus Cristo.

Fonte: Ministério Fiel, por Paul Washer

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Teologia Reformada: Uma Breve Reflexão para Jovens Arminianos Simpatizantes das Ideias Calvinistas



Deus quer que todos sejam salvos, mas decide salvar apenas alguns. 

Deus quer que todos se arrependam, mas concede o arrependimento apenas a alguns. 

Deus quer que todos creiam, mas concede o dom da fé apenas a alguns. Dessa forma, Deus diz que quer a bênção da salvação para todos, mas somente os predestinados poderão obtê-la. 

Deus já decidiu quem vai para o inferno, e também como irá. Se através de uma morte rápida e não muito dolorosa, ou de uma morte lenta e bastante sofrida. 

Preguemos o evangelho da graça para todos, embora tal graça somente será eficaz para aqueles que Deus assim resolveu que fosse. 

Deus muda a vontade de alguns para recompensá-los com a vida eterna, enquanto deixa a vontade de outros intocável para condená-los à perdição eterna. Mesmo assim, não tendo escolha, pois Deus já escolheu tudo, sou moralmente responsável por minhas ações. 

Sou um arminiano que amo, respeito e tenho muitos amigos calvinistas, mas que não concordo com ideias tão contraditórias e extremadas. 

Aos jovens arminianos, simpatizantes das ideias calvinistas, a plena maturidade que somente é adquirida com o passar dos anos vos conduzirá a uma maior moderação em vossos posicionamentos e argumentos.

Predestinação e livre-arbítrio são realidades bíblicas que coexistem e não se excluem, desde que bem conciliadas. Cuidado, pois uma grande paixão teológica, sem muita reflexão, pode resultar numa frustração na mesma proporção. 

Uma inundação de textos para defesa do calvinismo geralmente surge diante das questões aqui expostas, mas vale lembrar que uma enchente de textos em defesa do arminianismo normalmente logo se segue. 

Fonte: Altair Germano, um perdido pecador, salvo pela graça de Deus em Cristo Jesus.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Almas vazias, abismos profundos


A indústria do entretenimento capitaliza sobre as almas vazias. Almas vazias são como abismos profundos, nunca se saciam. Consomem com voracidade todas as novidades apresentadas por magos e mentores desse imenso mercado. Aqui nos EUA, onde me encontro temporariamente, se pode ver de perto o poder dessa indústria. Na última vez que estive aqui fiquei impressionado com pessoas dormindo na fila de uma loja da Apple para poder comprar um de seus brinquedos que estava sendo lançado naqueles dias. Tem algo de errado com essa geração. Tal comportamento pode ser traduzido como sintoma de um adoecimento coletivo de grandes proporções.

Essa fome medonha e absurda parece não ter fim. Os homens estão cada vez mais enfadados, e por esta razão cada vez mais necessitados que alguém lhes entretenha. Um texto bíblico diz que a vida do homem alcançaria 70, quando muito, 80 anos. O que passasse disto, alfineta o emblemático Moisés, seria “enfado e canseira.” Um fenômeno desconcertante que se verifica em nossos dias é o fato de que já não é necessário alcançar tal idade para sentir-se cansado e enfadado. Por todo lado pode-se observar, em número imenso, meninos e meninas entregues à uma prostração crônica, e por isso, assustadora!

As inovações eletrônicas que, sem dúvida, tornaram a vida mais fácil, trouxeram consigo outros usos que hoje começam a preocupar. As pessoas – é óbvio que há exceções – já não conseguem viver longe de seus aparelhos. Observa-se uma inquietação que denuncia uma estranha dependência. As maquininhas maravilhosas e seus muitos aplicativos aprisionam milhões em uma relação que se estende para muito além da utilidade básica e incontestável que esses aparelhos possam apresentar. Incrível que pareça, estes recursos, operam tanto no sentido de entorpecer e mascarar a ansiedade quanto para produzi-la. Tire desses “viciados” os seus aparelhos ou prive-os de acesso à internet e observe a erupção de surtos terríveis (quase sempre ocultos) dessa nova modalidade de ansiedade.

Além dos jogos, dos grandes torneios de futebol que mobilizam milhões mundo a fora – é melhor ver batalhas travadas nos campos e quadras de esportes do que o morticínio em Gaza, Iraque ou qualquer outro lugar – as vedetes do momento, quando se trata de mobilização virtual são Facebook e Whatsapp. Estes são dois endereços certos em torno dos quais se reúnem nesta hora bilhões de pessoas ao redor do globo. Os olhos de milhões de almas famintas por atenção, visibilidade, apreço, estão grudados nos monitores de computadores e demais aparelhos quase que vinte e quatro horas por dia… Assusta! Talvez você argumente dizendo: “Calma Luiz, não seja exagerado! É só uma brincadeira”!

Talvez a análise seja mesmo exagerada, talvez seja tudo mesmo uma grande brincadeira, mas quando se considera o fato de que o suicídio é a terceira maior causa de morte entre jovens e adolescentes no Brasil, tendência que se confirma de modo mais assustador ainda em países como os EUA, então creio que estamos diante de algo com que nos preocupar. Além de não preencher o buraco imenso das almas vazias, o uso desarvorado dessas novas tecnologias aliena como qualquer outra droga os que nelas se viciam. Entretém mas entorpece. Ou não é verdade que gastam tempo demais “conectados” os dependentes dessas “drogas”, tempo esse que, precioso, poderia ser utilizado em atividades mais inteligentes como, por exemplo, a leitura?

Sim, assusta-me a alienação generalizada de toda uma geração em nome do entretenimento. Quanto aos mais frágeis, e destes se compõe a maior parte dos “dependentes,” o uso dos tais brinquedinhos vai muito além do puro entretenimento; Utilizam as redes sociais para enviar indiretas, denegrir pessoas, projetar o ego, dar vazão ao narcisismo reprimido (ou que razão levaria uma pessoa a postar alucinadamente dezenas de selfies a cada dia), iniciar e romper relacionamentos e por fim, entre tantas outras coisas, também potencializam sentimentos de revolta, ódio, solidão, a ponto de levar muitos a marcarem data e hora de seus suicídios. Tudo devidamente publicado via Facebook ou Whatsapp! Sim, tudo isto assusta!

Fonte: Guia-me, por Luiz Leite

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

A Igreja, edificada sobre Cristo

A Igreja Católica Apostólica Romana tem defendido há anos que o papa é o sucessor de Pedro, e que Pedro é a rocha sobre a qual Jesus construiu sua igreja. Mas será que Pedro realmente é a rocha fundamental de todo cristão?

Para debater sobre esse tema polêmico, apresentamos o excelente canal do Youtube Dois Dedos de Teologia , um programa apresentado por Yago Martins e Felipe Cruz. Não há a pretensão de esgotar o tema, mais apresentá-lo de uma forma humorada, porém com conteúdo. Assistam e comentem!



Um segundo vídeo sobre o tema, com o reverendo Caio Fábio.

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