segunda-feira, 27 de junho de 2016

O que Fazer Depois de Pregar?



A conclusão do sermão é um momento perigoso para o pregador. Ele acabou de passar entre 30 e 45 minutos em um dilúvio expositivo, descarregando seu estudo e seu zelo sobre a congregação. As 10-20 horas de preparação para o sermão já são história antiga e ele já entrou em seu carro para voltar para casa. É provável que ele esteja exausto - emocionalmente, espiritualmente e fisicamente. Se você é vocacionado para pregar, você entrega tudo no púlpito. Já passei por isso. E no decorrer dos últimos 30 anos, eu aprendi algumas valiosas lições sobre o que eu devo e não devo fazer depois de um sermão. Aqui estão três lições essenciais:

1) Espere ser atacado

Pregar é arrumar briga com o inimigo a cada semana. Paulo disse aos Coríntios: “... aprouve a Deus salvar pela loucura da pregação os que creem”. (1 Coríntios 1.21) Isso significa que eles são arrebatados do “príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência” (Efésios 2.2). O ponto que quero enfatizar é que Deus usa a pregação como um meio de mudar as pessoas - arrancá-las do domínio do inimigo.

O lado negro tem uma opinião sobre essa atividade: ela precisa ser parada. Não seja ingênuo em pensar que após entregar a mensagem, você sairá da mira dele. A preparação da mensagem – com o estudo da Escritura, meditação e oração – tem benefícios de proteção. Depois do sermão, você está tipicamente esgotado e vazio. Em outras palavras, você está vulnerável a um ataque aéreo.

A carne também está trabalhando duro. A pregação suscita a tentação. De um lado está o orgulho de como Deus o está usando e do outro, a condenação porque Deus não o está. Além disso, há o problema da própria mensagem, na qual você falou muitas palavras sabendo que “na multidão de palavras não falta pecado”. (Provérbios 10.19)

Quando os homens pregam, há abundância de falhas. 

Se você já pregou por qualquer período de tempo, você sabe que toda mensagem tem alguns defeitos. Bem, essas fraquezas se tornam realmente intimas depois da pregação, batendo na sua porta para fazer uma visita. Não abra a porta! Elas irão invadir sua casa, perturbar sua paz e tingir toda a mensagem diante de seus olhos. Você se sentirá burro, condenado, como se o sermão inteiro não prestasse.

Há tempo e lugar para tudo debaixo do sol. Avaliar o seu sermão imediatamente depois da entrega fará com que você o odeie.

Depois de pregar, você precisa se preparar para os ataques do inimigo e da carne. Assim como os soldados se preparam para a ofensiva do inimigo, você precisa se preparar para ser atacado.

Antes, durante e depois dos ataques, corra para as boas novas do Evangelho. Compreenda que a pregação é sobre o poder da Palavra de Deus, não de suas próprias palavras. Lembre-se que jamais houve um sermão pregado na história do mundo que fosse tão ruim que pudesse drenar o poder da Palavra de Deus. Deus é grande o suficiente para fazer com que as pessoas se lembrem das palavras eternas dele e se esqueçam de suas palavras tolas. Você realmente crê que os propósitos de Deus dependem da qualidade da sua pregação? Não é isso o que você prega. Após a mensagem é sua hora de aplicar a mensagem à sua vida.

Depois de pregar, prepare-se para o ataque, lembrando que Deus é maior que os seus erros.
2) Aquiete a sua alma

Quando você estiver sendo atacado, sua alma estará barulhenta. Pensamentos de acusação darão pancadas na porta da sua mente, exigindo atenção. Ou talvez sejam ideias que inflam o ego, que elevam a sua vaidade às alturas e você acaba pensando sobre si mesmo “além do que convém” (Romanos 12.3). Em momentos assim, você precisa aquietar a sua alma.

Aquiete a sua alma confiando a Deus os resultados de seu sermão. Aquiete a sua alma fixando os seus pensamentos em Deus, não em seu desempenho. Se você se sente orgulhoso, lembre-se de que sua mensagem é insignificante, a menos que Deus a faça poderosa. Se você se sente condenado, lembre-se de que a Palavra do Senhor não volta vazia (Isaías 55:11). Seu sermão realizará exatamente o que Deus deseja. Felizmente, você não pode frustrar os bons planos do Senhor!

Você precisa ignorar os ataques que está experimentando e fixar sua mente nas coisas do alto (Filipenses 4.8). O melhor conselho para um pregador enquanto ele dirige depois de sair do culto da igreja é: “Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus”. (Salmo 46.10) Fazer isso mantém tanto as críticas quanto os elogios no lugar certo.

Uma vez que você entregou o seu sermão a Deus, descanse a sua mente. Faça algo para se distrair. Eu preciso de pelo menos 2 ou 3 horas para me recompor depois de um sermão. Eu passo esse tempo lendo, assistindo um programa ou até mesmo dormindo. Quando os meus filhos eram mais novos, eu fazia, às vezes, algo com eles que me distraísse e revigorasse.

Alguém certa vez disse que pregar um sermão é equivalente a 8 horas de trabalho manual. Não tenho certeza se isso é verdade, mas é, sem dúvidas, assim que eu me sinto! O objetivo é levar seu corpo e sua alma a se recuperarem para que estejam prontos para a próxima mensagem.

3) Não pesque 

Como a pregação incita tanto a acusação quanto a admiração, você será tentado a pescar elogios. Você fará perguntas indutivas projetadas para extrair respostas positivas - uma forma de energético identitário. Eu já fiz isso vezes demais. Há poucas coisas tão superficiais quanto um elogio solicitado, exceto, talvez, quando você está pescando elogios e acaba pegando uma crítica que entorta a sua vara. É útil lembrar que quando vai pescar, você frequentemente não sabe o que pode pegar.

O problema mais profundo por trás dessa expedição de pesca é que nós somos muito focados na entrega. Queremos saber que impressão causamos, qual foi a “sensação”, como se houvesse um barômetro para medir o que Deus estava realmente fazendo ou o que fará. Sentimos a necessidade de nos apoiarmos na aprovação e no elogio dos outros em vez de nos confiarmos a Deus.

É bom lembrar-se que a maioria dos pregadores recebe mais encorajamento em um mês do que outros profissionais recebem em uma década. Não pesque. E quando o encorajamento vier, transfira a glória para Deus.

E, por favor, não ouça o seu próprio podcast, seu próprio sermão. A razão é a seguinte: você é irremediavelmente subjetivo quando se trata de avaliar o próprio sermão. Você dedicou entre 15 e 20 horas à preparação, o que significa que a objetividade saiu da sala há dias. Se você realmente quer ajuda, escolha alguns pregadores experientes e membros confiáveis que não anseiam por sua aprovação e recrute sua ajuda para darem opiniões construtivas. Depois os agradeça por isso, independentemente do que disserem.

4) Conclusão

Charles Spurgeon, possivelmente o maior pregador dos últimos 300 anos, fez a famosa declaração: “Faz muito tempo que eu não prego um sermão com que fico satisfeito. Eu mal consigo lembrar-me se isso já aconteceu”. E ele era conhecido como “O Príncipe dos Pregadores”!

Se Spurgeon se encontrava insatisfeito com seus sermões, é seguro dizer que meros mortais como você e eu nos encontraremos numa posição semelhante.

Que estejamos preparados para esses momentos.

Faça o download do Checklist Pós-Pregação.

Fonte:
Ministério Fiel - Dave Harvey
Tradução: Francisco Brito
Revisão: Vinicius Musselman

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Seis perguntas que os dirigentes do culto devem fazer


Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. (João 4:23)

Acho que alguns dos problemas mais bobos do “serviço de culto” de muitas igrejas evangélicas poderiam ser resolvidos se os responsáveis pelo planejamento se fizessem melhores perguntas, ou seja, questões de princípios, questões autorreflexivas. Eu tenho algumas sugestões, naturalmente. Claro que essas não são as únicas questões que merecem ser levantadas, mais creio que elas providenciam alguns trilhos de proteção para aqueles que se envolvem com toda a liturgia de uma reunião de adoração, da preparação do sermão à música escolhida para os sacramentos, até os anúncios e todas as outras coisas próprias de um culto.

1. Existe algum suporte para esse elemento do culto nas Escrituras?
Mesmo que vocês não sejam uma igreja adepta do princípio regulador de culto, isso é inegociável.

2. Esse elemento é compreensível para os visitantes?
A compreensão total de todos os elementos não é possível, é claro, e aceitação espiritual não é possível para aqueles fora da fé, mas incrédulos e outros visitantes devem ser capazes de discernir o que vocês estão fazendo, mesmo que eles não entendam o porquê.

3. Esse elemento é edificante para os crentes?
Não simplesmente: Isso vai entreter ou deixar maravilhado, ou isso irá atrair a atenção ou provocar? Mas: Isso é edificante? Isso é útil para o crescimento dos santos em Cristo e no amor de Deus?

4. Esse elemento é ofensivo, alienante, ou marginalizante para algum setor ou subsetor do corpo de Cristo?
Pessoas reclamam de que a música está muito alta, o que muitas vezes é uma preocupação legítima para os mais velhos. As pessoas podem desconsiderar a música ou o sermão entediantes ou apresentados dessa maneira, mas às vezes é uma preocupação legítima para os mais novos. Obviamente, você não pode agradar a todos, já que isso envolve preferências, mas os elementos do nosso culto não devem ser apresentados insensivelmente ou desconsiderando a realidade do corpo. Em outras palavras, nós não vencemos as idolatrias estilísticas de uma demografia ao satisfazer as idolatrias estilísticas de outra. O que serve? O que ministra? O que é apropriadamente permitido para a participação no culto junto com o corpo de Cristo? Sobre esse assunto:

5. Esse elemento exalta a Deus ou aos homens?
Aplique quando for necessário para tudo, desde pontos do sermão até músicas especiais. Não é uma questão de denegrir o homem, ou de não reconhecer as pessoas por suas realizações e coisas do tipo. É uma questão boa para se perguntar já que se refere ao foco da adoração. Poderia ter vindo a calhar no planejamento dos estágios de um culto que assisti, em que uma musica sobre a possibilidade de mudar o mundo com as próprias mãos fazia parte da adoração. Ocorreu-me: “Espera – a quem eu estou adorando neste momento?”. E sobre esse assunto:

6. Esse elemento adorna o evangelho?
Esse elemento está a serviço do evangelho ou de alguma outra mensagem ou foco? Ou, alternativamente, esse elemento do louvor faz Jesus parecer grande?

Traduzido por Ju Néris | iPródigo.com | Original aqui | Compartilhado no PCamaral

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Carta a um cristão ansioso


Olá amigo! Eu queria te agradecer por sua carta. Tenho que admitir, entretanto, que lamento saber de suas muitas e penosas ansiedades. Elas são uma carga que você não deveria carregar. Você não está sozinho. O mundo está cheio de gente ansiosa. Eu não me refiro às pessoas que estão ansiosas pelas coisas de Deus – pecado e tentação ou o estado de suas almas. 

Ah, se tivéssemos mais desse tipo de ansiedade e menos das preocupações mundanas! Não, nós nos preocupamos com todo tipo de coisas – dinheiro e saúde, casamento e filhos, escola e trabalho, reputação e aparência, hoje e amanhã; nos preocupamos com o que vamos comer, beber e vestir – e essa lista poderia continuar pra sempre. Em meu caso, preciso admitir, de vez em quando a ansiedade cobre a minha cabeça como uma sombra negra que parece quase impossível de escapar.

Ainda assim, Sr. Ansioso, creio fortemente que um cristão tem tanto direito de se preocupar quanto tem de roubar, mentir ou matar. Isso é, ele não tem esse direito – é ilegal! Ansiedade é descrença, é ser dominado pelas circunstâncias, é uma desconfiança das promessas de Deus. Nos preocupamos, e preocupação é pecado. A ordem é clara, “Não andeis ansiosos” (Mateus 6.25), e “Não andeis ansiosos de coisa alguma” (Filipenses 4.6). Entretanto, alguns cristãos parecem, ao menos pra mim, que são as pessoas mais ansiosas que eu já conheci. Não era pra ser assim! Não é a ansiedade quem paga as contas, nem é ela quem coloca comida na mesa. Preocupar-se não melhora sua saúde nem prolonga seus dias. Nem um pouquinho. Como o salmista disse, “Nas tuas mãos, estão os meus dias” (Salmo 31.15).

Voltando à sua situação, deixe-me oferecer alguns conselhos. A forma de derrotar a ansiedade não é simplesmente esperar até as coisas melhorarem, mas exercitar uma fé presente no Deus da promessa. Então, se me permite, aqui estão minhas recomendações:

Primeiro, lembre-se da grandeza de Deus. Num primeiro momento, isso pode não parecer uma resposta. Afinal, muito de nossa ansiedade vem de uma sensação de que Deus tem coisas melhores pra fazer do que se preocupar com os detalhes de minha vida. No entanto, a verdade é o oposto disso. O profeta uma vez perguntou “Por que, pois, dizes, ó Jacó, e falas, ó Israel: O meu caminho está encoberto ao SENHOR, e o meu direito passa despercebido ao meu Deus?” E como Isaías responde? Ele diz “Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o SENHOR, o Criador dos fins da terra, nem se cansa, nem se fatiga? Não se pode esquadrinhar o seu entendimento”. Veja só, Deus se preocupa com os detalhes da sua vida justamente porque ele é um grande Deus. E assim o salmista canta “Confia os teus cuidados ao SENHOR, e ele te susterá” (Salmo 55.22).

Segundo, lembre-se do cuidado de Deus. A natureza, como você sabe, nos ensina muitas coisas sobre Deus, “Os céus proclamam a glória de Deus” (Salmo 19.1). E como Jesus ensinou, a natureza nos mostra o cuidado de Deus. Ele cuida das aves dos céus, dos lírios e da erva do campo. “Porventura, não valeis vós”, Jesus perguntou “muito mais do que as aves?”. É quase uma pergunta absurda, e certamente só pode ter uma resposta: sim! Qual pai se preocupa mais em aparar a grama do quintal do que com seus filhos? Dessa forma o apóstolo Pedro escreveu “Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte, lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.” (1 Pedro 5.6-7).

Terceiro, lembre-se do espírito da oração. Oração verdadeira, por sua própria natureza, é uma renúncia de si para Deus, “Seja feita a tua vontade na terra como é nos céus” (Mateus 6.10). E quando alguém consegue, pela fé, renunciar a si mesmo para Deus, simplesmente não há espaço para preocupação e ansiedade. Por essa razão o apóstolo Paulo disse “Perto está o Senhor. Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus.” (Filipenses 4.5-7).

Sr. Ansioso, eu gostaria que você sempre se lembrasse desta grande verdade central – tudo o que diz respeito a um crente está nas mãos de Deus. Você não recebeu toda bênção espiritual em Cristo para então se preocupar e ter medo, ficando ansioso. Esta é uma carga que você não deveria carregar. Eu sei que o mundo vai rir disso. “Fé cega”, eles gritam! “Irracional”, dizem outros. Deixe-me lembrá-lo que a fé é um escudo, e nenhum soldado é zombado por trazer um escudo para a batalha. 

Que Deus lhe dê o que o mundo não pode dar.

Seu Bom Amigo,

Sr. Paz

Fonte: por Kyle Borg, Reforma 21

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Paul Washer: A Santidade de Deus e a depravação do homem




A VINACC, entidade organizadora do Encontro para a Consciência Cristã, disponibilizará todas as palestras e pregações em vídeo gravadas ao longo dos anos, nas edições do evento. Os vídeos completos serão publicados no perfil oficial do evento no YouTube. 

As palestras e pregações foram gravadas ao longo das edições do Encontro para a Consciência Cristã, e tratam de vários assuntos de interesse do público cristão, como teologia, missões, apologética, liderança cristã, família, sexualidade, dependência química, louvor e adoração, feminilidade, fé e ciência e outros.

O primeiro vídeo postado foi a pregação do Pr. Paul Washer, sob o tema: A Santidade de Deus e a depravação do homem. Assistam e sejam edificados.
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