segunda-feira, 24 de julho de 2017

Cristãos como peças de engrenagem



As igrejas evangélicas contemporâneas adotaram uma prática religiosa que limita o crescimento pessoal de seus membros. Essa é a visão do pastor Ed Rocha, que está à frente de um movimento de discipulado chamado Pier49.

Para o pastor Rocha, as igrejas centralizadas – que ele chama de senzala – terminam tornando a experiência em comunidade algo artificial e impedem que os fiéis tenham oportunidade e liberdade de questionar seus líderes.

“Existem igrejas que querem formatar você. Numa igreja com o sistema senzala, as pessoas são atraídas pela presença de Deus, mas são estimuladas — muitas vezes de forma sutil e subliminar — a serem formatadas”, opina.

As grandes congregações, com centenas ou milhares de membros, têm uma deficiência: seus pastores são limitados em sua capacidade de influenciar corretamente. “A psicologia diz que você consegue influenciar até 100 ou 150 pessoas no máximo. Passando disso, o relacionamento passa a ser plástico”, diz o pastor.

“Em um modelo de liderança centralizada, as pessoas não podem ser quem são, dizer o que pensam e se expressar como gostariam. Elas acabam se formatando dentro de um molde predeterminado que, muitas vezes, é contrário à sua própria natureza. As pessoas acabam abraçando os hábitos, os jargões, a linguagem, o comportamento e a cultura daquela igreja para se sentirem parte do grupo”, avalia.

A cultura evangélica nacional é um ponto de sustentação do argumento do pastor, já que não é raro encontrar, dentro das diversas correntes do evangelicalismo brasileiro, subdivisões que são marcadas pela forma característica de se vestir, cultuar e até dialogar, à base de termos (reteté, por exemplo), que só fazem sentido naquele universo comunitário.

“Jesus liderava através da humildade e do serviço. O sistema de liderança de Jesus não é centralizador, não depende tudo dele. Pelo contrário, ele empodera as pessoas e compartilha a autoridade que ele tem”, observa o pastor.

O avivamento, tão sonhado pela Igreja, pode acontecer através de uma mudança na forma de discipular os fiéis: “Jesus chamou para serem discípulos quem ele queria. Na igreja você acaba tendo que discipular pessoas que não escolheria. Mas o sistema te força a isso, porque é um sistema de discipulado geográfico. A afetividade não é levada em conta a afetividade e você acaba recebendo pessoas que você não deveria confiar a intimidade do seu lar”.

Polêmico, Rocha sugere que a afinidade entre os fiéis seja um critério para a formação de pequenos grupos, que se reúnem em cultos domésticos, estudos da Palavra, lazer e outras atividades.
“Quando há um relacionamento baseado em amor, é possível olhar nos olhos e dizer o que se pensa, porque não há medo de perder o relacionamento. Quando o relacionamento é baseado em comportamento, a pessoa fica sempre preocupada em ofender, fazer algo errado e perder a conexão”, afirma Rocha.

“Muitas igrejas têm essa mentalidade de máquina, onde quando você não começa a funcionar de acordo com o padrão, é trocado por outro que funcione. Nesse tipo de relacionamento comportamental, nós somos peças na máquina. A partir do momento em que a peça está defeituosa, ela é trocada e esquecida. É colocada uma peça nova que faz a máquina continuar funcionando”, critica o pastor.


Por fim, Ed Rocha demonstra audácia ao fazer uma crítica severa, mas construtiva: “O problema é que hoje, em nosso sistema eclesiástico, o que sustenta a igreja não é o amor, mas sim a performance. Só quando nós abraçarmos o modelo de discipulado por afetividade e de igreja descentralizada que Jesus deixou para nós, iremos viver a plenitude do nosso chamado como igreja, que é ser uma família”, conclui.

Fonte: Gospel+, por Pr. Ed Rocha

segunda-feira, 17 de julho de 2017

O Deus que se revela




Moisés disse ao Senhor: “Rogo-te que me mostres a tua glória” (Êxodo 33.18). Efetivamente, ele perguntou: “Quem tu és, Deus?”. Deus respondeu com estas palavras: “Farei passar toda a minha bondade diante de ti e te proclamarei o nome do SENHOR; terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia e me compadecerei de quem eu me compadecer” (versículo 19). Ele prometeu se revelar. Mas nenhum homem pode ver a Deus e viver. Isso é demais para qualquer ser humano, e para o homem pecador, em particular.

Deus ordenou que ele se levantasse sobre a penha, e disse: “Quando passar a minha glória, eu te porei numa fenda da penha e com a mão te cobrirei, até que eu tenha passado. Depois, em tirando eu a mão, tu me verás pelas costas; mas a minha face não se verá” (vv. 22-23). Moisés fez bem em perguntar a Deus quem ele é, em vez de dizer a Deus quem ele gostaria que Deus fosse. Assim, Deus estava se revelando parcialmente a Moisés. Ele passaria, protegendo-o com sua própria mão, e proclamaria o seu próprio nome. Isso significava muito mais do que simplesmente pronunciar o nome Yahweh — “SENHOR” em nossas traduções em português — para que Moisés ouvisse. Deus proclamaria a sua natureza:

“E, passando o SENHOR por diante dele, clamou: SENHOR, SENHOR Deus compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado, ainda que não inocenta o culpado, e visita a iniquidade dos pais nos filhos e nos filhos dos filhos, até à terceira e quarta geração!” (34.6-7).

“SENHOR, SENHOR” — ali Deus se revelou a Moisés pelo seu nome pessoal, Yahweh. Ele é o grande Eu Sou. Ele é o Deus autoexistente, imutável, por quem todas as coisas existem, e ele é misericordioso, gracioso, longânimo, cheio de bondade e verdade.

O perdão é tão importante que é expressado usando três termos semelhantes: “perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado”. Ele abunda em perdão e misericórdia. Mas o nosso Deus, de acordo com Sua autorrevelação, também é justo. Nosso texto afirma que ele não vai simplesmente inocentar o culpado. Seria contrário à sua natureza simplesmente ignorar o pecado. A justiça deve ser feita por causa de quem Deus é. Nosso Deus deve ser fiel a quem ele é. Mas como ele pode ser misericordioso e justo ao mesmo tempo? Como ele pode agir de uma maneira consistente com esses dois atributos? Se ele mostra somente misericórdia, a justiça é posta de lado. Se somente a justiça for satisfeita, não há misericórdia.

A resposta é a encarnação e a cruz. O Pai, por ser misericordioso e justo, enviou o Filho para representar todos aqueles que o Pai havia dado a ele (João 17.18-23; Efésios 5.25-32). Sem deixar de ser Deus, o Filho tomou para si uma natureza humana, e tendo sido concebido pelo Espírito Santo e nascido da virgem Maria, ele viveu perfeitamente sob a lei de Deus, guardando a lei que Adão quebrou. Ele voluntariamente foi à cruz, levando os seus eleitos, como sua cabeça federal (representativa), para serem um com ele, e levando o nosso pecado. Ele, então, suportou a ira do Pai, pagando a dívida que não podemos pagar.

Paulo diz em 2 Coríntios 5.21: “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus”. Ao fazer-nos um com Jesus, o Pai pode ter a sua ira derramada sobre o Filho. A justiça foi feita e nossa culpa foi removida. Na cruz de Jesus, nós encontramos tanto a maravilhosa misericórdia quanto a perfeita justiça de Deus em plena exibição.

Voltemos para Moisés. Ele sabia que nenhum homem poderia ver a Deus e viver, mas Deus disse que enquanto a sua glória passasse, ele colocaria Moisés numa fenda da rocha e cobriria o profeta com a sua mão. Davi conhecia bem essa figura, dizendo: “O SENHOR é a minha rocha, a minha cidadela, o meu libertador; o meu Deus, o meu rochedo em que me refugio; o meu escudo, a força da minha salvação, o meu baluarte” (Salmo 18.2). E Paulo deixa claro que a Rocha da nossa salvação é Jesus (1 Coríntios 10.1-4). Nosso Deus faz por aqueles que confiam em Cristo o que ele fez por Moisés. Ele nos esconde na fenda da Rocha. Ele nos esconde em Jesus. Em Cristo, os nossos pecados são perdoados. Nele, somos salvos da ira de Deus. Nele, conhecemos tanto a justiça quanto a misericórdia.


Fonte:
Ministério Fiel - David Kenyon
Tradução: Camila Rebeca Teixeira
Revisão: André Aloísio Oliveira da Silva
Original: Who is God?

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Estamos de Volta



Depois de longos meses de ausência, retornamos hoje às atividades, com muitas novidades! Fiquem atentos e continuem acessando, pois faremos uma série de posts com indicação de bons livros e matérias especiais sobre os comentários bíblicos existentes no mercado. Não percam!
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