quarta-feira, 13 de maio de 2009

Casamento. O mundo quer tirar o seu valor?



Num tempo em que namorados dividem a mesma casa e discutem-se leis legalizando a união homossexual, uma instituição sagrada é colocada em xeque. O casamento, nos dias de hoje, ainda tem valor? É uma instituição frágil? Vale a pena se casar? O que Deus, o criador do casamento, deixou registrado na Bíblia a esse respeito?

Há cinco décadas não era difícil imaginar o sonho de 10 entre 10 meninas. Conhecer um ‘príncipe encantado’, casar-se na igreja, ter filhos e permanecer casada até a morte, Esse era o ideal de uma vida feliz. E não só para as garotas; os rapazes também desejavam ter uma vida estável, segura e próspera e a opção do casamento era a forma mais sensata de ver todas essas coisas se realizando.

Os anos se passaram e muitas transformações ocorreram na sociedade. A mulher ocupou um lugar maior no mercado de trabalho, o divórcio passou a ser garantido por lei, o perfil da família mudou e, com ele, muitos sonhos e prioridades também mudaram. O que antes parecia eterno passou a ser temporário, sujeito às intempéries da vida. O que fora um porto seguro passou a ser frágil, com rachaduras e abalos em toda a estrutura. O que era sagrado passou a ser banal.
Em um mundo tão diferente, tão ‘moderno’, a instituição do casamento começou a ser ignorada, rejeitada, desvalorizada e negligenciada. Porém, Deus, o criador do mundo e de tudo que nele há, continua o mesmo e o que Ele instituiu nunca poderá mudar – nem poderá falir.

Um só
Quando Deus realizou o primeiro casamento na Terra, deixou uma instrução bem clara: “Portanto deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão os dois uma só carne” (Gn 2:24). Para Deus, o matrimônio é um compromisso eterno que vai além de um contrato. O doutor em ministério familiar e diretor da Sociedade Lar Cristão, Jaime Kemp, afirma que o significado do casamento é muito mais profundo do que se costuma imaginar.

“Muita coisa já foi escrita, mas creio que os principais propósitos de Deus com o casamento sejam: refletir a imagem de Deus (Gn 1:26-27), multiplicar uma herança santa (Gn 1:28), gerenciar a criação de Deus (Gn 1:28-30), suprir e fazer companhia um ao outro (Gn 2:18 e I Co 11:11-12) e ser uma referência do relacionamento de Cristo com a igreja (Ef 5:25-33)”, disse o pastor, que conta com mais de 50 livros escritos nessa área. Ele defende piamente que o casamento não caiu e nem nunca cairá de moda e que é um compromisso para a vida toda.
“Não existem casamentos perfeitos. Os casais que abordam esse tema honestamente reconhecem que relacionamentos profundos não surgem por acaso. Eles são frutos do aprendizado de se viver juntos e de se colocar em prática o que se aprendeu”, disse Jaime.
Casado há mais de 40 anos com Judith Kemp, ele assegura que o segredo de se manter um casamento para a vida toda está na capacidade de perdoar, de manter um diálogo constante, ter uma comunicação eficaz, decidir amar, orar e também se divertir juntos.

“Bom, Judith e eu somos casados há 43 anos. Nossas principais batalhas e, conseqüentemente, nossos alvos giram em torno de aprender a nos comunicar cada vez mais adequadamente, compreender as diferenças entre nossas personalidades e temperamentos e aprender diariamente a aceitar um ao outro”, disse Kemp.
Ainda que os investimentos durante o casamento sejam necessários e fundamentais, não há dúvidas de que um bom casamento se constrói durante o período que o antecede, o tempo de amizade, namoro e noivado.

Onde tudo começa…Um dos princípios menos praticados entre os casais e que se torna o estopim para o fim de muitos e longos relacionamentos é o princípio da renúncia. Segundo o missionário Roland Zwahlen, diretor presidente da base da agência missionária Jovens com uma Missão (Jocum) no Espírito Santo, se o futuro casal não aprender a renunciar antes de ter qualquer tipo de compromisso, o casamento correrá sérios riscos.

“Somos ensinados desde pequenos que devemos lutar pelos nossos direitos. Mas a Bíblia não ensina assim. O justo abre mão do seu direito para defender o do seu próximo. As pessoas precisam renunciar ao seu próprio direito em favor do direito do seu cônjuge. Isso é questão de caráter. Quem se casa buscando seu próprio direito de ser feliz ou de qualquer outra coisa, casa para se separar”, disse o missionário, que também aconselha jovens casais.

De acordo com Roland, quando o casal aprende a renunciar, os dois encontram a felicidade. “O Salmo 5, no versículo 11, diz assim: ‘Mas alegrem-se todos os que em ti confiam; exultem eternamente, porque tu os defendes…’, se eu defendo o meu próprio direito, Deus não me defende. Mas se eu defendo o direito do outro, Deus e as outras pessoas me defendem”, disse Roland.

Outro princípio bastante enfatizado em seus estudos e aconselhamentos a jovens é o da necessidade de se consultar a Deus antes de iniciar um relacionamento. “O casamento é plano e invenção de Deus. Por isso, se queremos ter um casamento duradouro, precisamos consultar ao Senhor. Quando vamos construir uma casa chamamos um engenheiro, um arquiteto, um pedreiro, um eletricista. Investimos alto e, quando não investimos, a casa não tem valor. Assim é com o casamento. As pessoas não perguntam para o inventor do casamento, mas constroem seus relacionamentos assim mesmo. São ‘casas’ ilegítimas e quando caem, todos ficam se perguntando o porquê”, disse Roland, que acaba de completar 26 anos de casado.

A caminho do divórcioNo dia 14 deste mês foi divulgada uma pesquisa, realizada pela Universidade de Granada, na Espanha, que aponta o Brasil, entre 35 países pesquisados, como a nação que mais aceita o divórcio. Dos entrevistados, 85% disseram que quando o casamento está mal a saída é a separação. Apenas 12% disseram que manteriam o casamento mesmo em situação de grave crise.

O autor do estudo, o professor de sociologia Diego Bacerril Ruiz, aponta que os mais favoráveis ao divórcio estão na faixa etária de 25 a 45 anos. A maioria é de mulheres com formação superior, ideologia de esquerda e pouco afeitas a cerimônias religiosas. A pesquisa foi baseada em entrevistas e estudos realizados entre 1994 e 2007.
No Brasil, o divórcio foi concedido por lei em julho de 1977, pelo então presidente Ernesto Geisel, que era protestante. A partir daí, foi também permitido casar novamente. O primeiro divórcio foi realizado em Fortaleza (CE), em janeiro de 78, entre o então vereador Gutemberg Braun e a sua esposa, Emilia Medeiros, de quem já estava fisicamente separado.

Nas últimas pesquisas realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2007, um em cada quatro casamentos terminava em divórcio no Brasil. No Espírito Santo, de acordo com dados colhidos em cartórios, o número de divórcios chega à metade do número de casamentos realizados.

Em 2007 foram oficializados no Estado 20.474 casamentos e 11.261 divórcios. Em 2008, o número de casamentos subiu para 21.401 e o de divórcios teve uma pequena redução, para 10.111. No entanto, esse número pode ser ainda maior, já que não entraram na estatística os divórcios envolvendo separação de bens e guarda dos filhos. E, apesar de a pesquisa não descriminar a religião dos divorciados, pastores afirmam que evangélicos engrossam o bolo dos pedidos de separação.

“Pedro, quando saiu do barco, enquanto olhava para Jesus, andou sobre as águas. Quando ele começou a notar a força do vento ao redor e o frio das águas em que pisava foi inevitável afundar. O casamento que deixa de olhar para Jesus e nota mais a tendência do mundo e seus costumes começa a endurecer o coração. E, segundo Jesus (acho que ele entendia o coração humano!), os divórcios ocorrem por causa da dureza dos corações! (Mt 19:8)”, enfatizou Jaime Kemp.

Para sempreNo entanto, a pesquisa realizada na Espanha apresentou um ponto que, se não é totalmente positivo, ao menos traz esperança. O professor Diego notou que os menos favoráveis à separação são os ‘crentes’ que freqüentam regularmente a igreja, os viúvos, os maiores de 65 anos e os menores de 15.

“Eu penso em me casar, sim, é o meu sonho construir uma família, um lar estável. Vejo que muitos jovens da minha idade pensam somente no hoje, são irresponsáveis com o casamento e querem apenas aproveitar o momento, sem avaliar as conseqüências. Mas eu quero o plano de Deus para mim e espero nele um casamento”, disse o estudante Jônatas Siqueira Lopes, 18 anos, membro da Igreja Evangélica Assembleia de Deus do Amazonas, em missão no Espírito Santo.
Para a também estudante Deise Bárbara Cabral Bento, 19 anos, o sonho é o mesmo. Ela está noiva e pretende se casar em junho. Em meio à correria dos preparativos, ela consegue enxergar o plano de Deus em tudo o que está vivenciando.

“Nem sempre foi meu sonho casar, mas eu encontrei uma pessoa muito especial, em todos os sentidos. Então, quero ter um compromisso sério diante de Deus, ter a bênção dEle e a liberação dos homens. Sei que casamento é para a vida toda, pois amor não é um sentimento, é uma decisão. O mundo acha que é um sentimento, então não vê validade no casamento, pois sentimentos vêm e vão. Mas quando decidimos amar, a gente consegue renunciar, aceitar as diferenças, sonhar e planejar juntos”, disse a estudante, que é da Igreja Batista Betel de Barcelona, na Serra.

Segundo ela, o relacionamento dos seus avós foi de fundamental influência. “Fui criada pelos meus avós e vejo que o relacionamento deles é de respeito e amor. Eles permanecem firmes porque sabem que casamento é para sempre e nessa história já se vão mais de 50 anos”, completou.

Os avós de Deise, o aposentado Milton Bento, 76 anos, e a dona-de-casa Delza dos Santos Bento, 69, apoiam a postura da estudante. Casados há 51 anos, com um filho e cinco netos, os dois já passaram por muitas alegrias e dificuldades, mas em todo tempo permaneceram juntos.
“O segredo é amar a Deus sobre todas as coisas e ter confiança um no outro. Fomos nós que escolhemos nos casar e, graças a Deus, fizemos um bom casamento. Ele foi meu primeiro namorado. Os jovens de hoje não se importam muito com isso, mas na minha época construir uma família importava muito”, disse Delza.

O aposentado Milton lembra-se com alegria do dia em que conheceu sua esposa. “Eu trabalhava como jardineiro na Ilha do Príncipe, em Vitória, e ela tinha apenas 14 anos. Foi amor à primeira vista. Eu olhei, gostei e casei. Nunca tivemos uma discussão. Se tivesse que me casar amanhã, casaria com ela novamente, pois tem valido a pena. Ela é minha companheira de todas as horas, ao longo de todos esses anos. Não me arrependo de ter me casado e sou muito feliz por minha vida servir de inspiração para minha neta”, disse, emocionado.

“Assim como querer morar numa casa bonita e arrumada nunca cai de moda, casar também nunca cairá. O mundo não sabe o valor de um casamento, mas Deus tem um plano maravilhoso através dele, que é para a Sua e para a nossa alegria”, concluiu o missionário Roland.


Veja também:
Eliminando o stress no casamento

7 comentários:

  1. Hoje em dia as pessoas não querem NEM renunciar os seus pecados, não aceitam que necessitam renunciar seu égo por amor a Deus, muito menos querem sofrer o dano em favor do próximo...
    As pessoas acham que têm que ter do bom e do melhor em todos os momentos, que isso é um "direito" delas. Acreditam que tem que buscar a felicidade a qualquer custo, ainda que vá causar dor no outro, inclusive a pessoa que ela escolheu para "amar e vier para sempre".
    Não se ensina mais a renúncia, o que importa é o próprio umbigo, e o resto que se exploda. E é uma lástima encontrar este mesmo pensamento entre cristãos, no mundo ainda pode ser "aceitável", porém entre nós cristãos, isso é inadmissível!
    Devemos morrer! Morrer para a vontade da carne, para o pecado, para o mundo para o diabo. Devemos morrer para nossa justiça própria, para nossos direitos, devemos preferir o próximo em honra.. Sou carne também, sei o quanto isso é difícil de colocar em prática. Porém se nunca decidirmos por isso e orarmos pedindo a Deus que nos ajude nisso, sempre seremos assim como estamos hoje.
    E isso que estou falando é sobre o próximo, sobre irmãos na fé, sobre os que necessitam ser alcançados. Sobre esposa, sobre marido,poxa devia ser automático isso tudo entre casais. É algo que não necessitava nem ser discutido..
    Creio que sempre existirá o casamento, qdo Jesus voltar "uns vão estar casando, dando-se em casamento".. Porém que tipo de casamento ainda existirá?

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  2. sou evangelica. mas embora ache o casamento as vezes um ato bonito, nao acho nem um pouco essencial para se viver.acho que tds podemos fazer escolhas entre acreditar ou nao nessa união. paz.

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  3. O casamento realmente é algo banalizado hoje, para o qual a maioria das pessoas não dão importância. O erro delas é se casar por um sentimento e não por um RELACIONAMENTO, sem contar que muitas ja casam pensando 'se não der certo é só separar'. Penso que separação é algo errado, e é triste pois muitas vezes é da vontade de apenas um lado e o outro é forçado a aceitar. Culpa do conformismo, do comodismo... as pessoas tem preguiça de lutar, desistem quando tem que se esforçar um pouco mais. É algo que eu sempre digo 'Deus nunca disse que seria fácil, mas que sempre estaria por perto". Eu tenho 17 anos, e pretendo me casar e ficar para sempre, por isso sempre busco a direção de Deus. Gostaria, se possível, que me explicassem o que vocês querem dizer quando dizem que devemos renunciar a nós e pensar na felicidade do outro. Um assunto que seria muito legal vocês abordarem e que também ja é estupidamente banalizado é o sexo antes do casamento. "A prova de fogo" é um filme bem interessante sobre o casamento e o divórcio ;)
    Fiquem na paz.

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  4. Diego davidaames@yahoo.com.br5 de março de 2010 às 09:20

    O casamento civil não se trata de uma instituição sagrada, mas sim de uma instituição legal, LÁICA, humana e que por isso deve ser de direito de todos independente de quaisquer questões religiosas. Se sua igreja quer aplicar carater sagrado ao casamento, isso é justo. Porém não podem querer obrigar os outros a fazerem o mesmo. O cristianismo precisa parar de querer cobrar direitos de "inventor" do casamento civil, pois ele é do Estado e não da igreja. Deve se separar questões religiosas quando for tratar dessa matéria. O criador do casamento civil é o Estado, se você quer falar sobre isso fale como cidadão consciente e utilizando alegações sociais e não religiosas. Ok?
    Abraço!

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  5. Ao comentário acima, gostaria de ressaltar que é sabido no Cristianismo que o casamento civil é laico, uma instaituição do Estado, e não da igreja. A igreja o adotou como união válida perante a sociedade e perante Deus, pois é a forma de união legalizada, onde não há o abrasamento, isto é, apenas união sem reconhecimento legal perante a sociedade.
    Nos tempos antigos, onde não havia tais leis, o que valia era a cultura da sociedade em que se vivia, com acordo entre as famílias dos noivos, que legalizava o casamento.
    O casamento, em toda a história, sempre teve que ser reconhecido, pela cultura ou sociedade, a sua validade, seja através de acordo verbal, seja através das leis.

    Abraço! Excelente assunto para discussão de idéias.

    Charles.

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  6. Cresci em um lar cristão e quando cheguei na idade de 18 anos para afrontar a minha mãe cometi o pecado da fornicação na minha ignorância achei que estava atingindo a ela , aos 22 anos encontrei o amor da minha vida e aos 24 anos nos casamos, Deus se usou de uma serva de Deus que me disse Sol vç vai sofrer muito nas mãos desse moço, passado alguns anos a minha vida chegou em uma situação lastimável , mas aí lembramos do Senhor jejus cristo, claro o "sapato apertou" mas feliz daqueles que sabem aonde procurar auxilio, então buscando da parte de Deus uma direção pois já havia sido traída 2 vezes, Deus através de sua palavra disse que separação não pois aquela obra era dele,neste periodo já estava batizada nas aguas do santo batismo, bom resumindo um pouco passados 10anos de sofrimento tenho visto a mão de Deus no meu casamento , sempre acreditei que casamento é um só e até que a morte nos separe, estando de acordo com o querer de Deus ele está sempre presente em nossos relacionamento, eu paguei um preço alto pelo meu pecado mas Deus teve misericórdia de mim e entrou com a providencia na minha vida, hoje vivemos em um lar de paz , temos um filho de 10 anos e uma filha de 3 anos, e aconselho a todos que o casamento e algo maravilhoso, com muitas dificuldades mas maravilhosos e não podemos esquecer que Deus criou a mulher "EVA" para ser companheira do homem "ADÃO"....

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  7. Hoje a palavra ''casamento'' espanta muitas pessoas , porque elas não querem casar e sim só morar juntos e fornicarem ,conheço muitas pessoas que vivem assim e mesmo assim não querem casar . Eu errei horrivelmente de ter pecado contra Deus em ter tido relações durante meu noivado me arrependo amargamente até hoje , mas eu e o meu noivo nos arrependemos e estamos fazendo o certo agora em nome de Jesus ! decidimos esperar em Deus e fazer as coisas certas , me sinto muito melhor vivendo assim e ansiosa demais para realizar meu sonho de casar na igreja com o meu príncipe encantado e formar uma família que irá servir à Deus em espírito e verdade .

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