Cristãos devem ser pessoas contentes. Nós vemos isto
demonstrado nas Escrituras através da vida do apóstolo Paulo (Fp 4.9-11).
Também vemos que isso nos é ordenado em Hebreus 13.5. Bom, o que é
contentamento? Eu defini da seguinte forma: Contentamento é o tranquilo
espírito interior que alegremente se submete à providência de Deus.
Como você sabe que está Descontente?
1. Você está murmurando sobre o Presente?
Se nós estamos reclamando sobre algo que estamos passando no
presente momento, então estamos discutindo com Deus. Estamos dizendo que nós
não deveríamos estar passando pelo que estamos passando. Nossas experiências
presentes nos servem como um ímã para puxar a nós ou o nosso descontentamento
ou o nosso contentamento. Se estamos murmurando, então podemos ter certeza de
que nós não somos contentes. Estamos essencialmente dizendo que Deus está
fazendo algo errado.
Devemos perceber que tal descontentamento questiona a sabedoria, bondade, e poder de Deus.
2. Você tem amarguras por causa do Passado?
Todo mundo já passou por dias difíceis. Alguns sofreram mais
que outros, mas todos já sentiram o aguilhão do pecado e dor que nosso mundo
decaído nos dá. Muitas pessoas vivem sob a nuvem de suas experiências passadas
e se tornam cada vez mais amarguradas. Com o passar do tempo, nós revisitamos e
analisamos as situações a partir da perspectiva de uma vítima, somente para
alimentar a nossa amargura. Não podemos estar contentes no presente quando
estamos alimentando amargura a respeito do passado. Estamos essencialmente
dizendo que Deus fez algo errado.
Devemos perceber que tal descontentamento questiona a
sabedoria, bondade, e poder de Deus.
3. Você está preocupando com o Futuro?
O que vai acontecer amanhã? Como saberei que realmente tudo
vai estar bem? Onde vou trabalhar? Com quem casarei? Podemos fazer centenas de
outras perguntas acerca do futuro, mas a conclusão é que nós não sabemos. E não
podemos saber. Infelizmente, muitas pessoas sentam-se no cativeiro da
preocupação a respeito do futuro e perdem o gozo do contentamento no presente.
Jesus diz que isso é a característica do incrédulo (Mt 6:25-34) e não do
crente, que conhece e confia em Deus. Se estamos nos preocupando, então estamos
essencialmente dizendo que Deus fará algo errado.
Devemos perceber que tal descontentamento questiona a
sabedoria, bondade e poder de Deus.
Como aconselhamos a nós mesmos?
1. Lembre-se da Doutrina da Providência.
Providência basicamente significa que Deus está trabalhando
cumprir todas as coisas que devem acontecer. Ele está envolvido nos detalhes;
por meio dela, com as Sua mãos, Ele sustenta e governa todas as coisas (como
diz o catecismo). Isto significa que qualquer coisa que aconteceu, está
acontecendo ou acontecerá vem com sanção divina. E mais, cristãos em especial
devem ser encorajados a lembrar que a providência divina significa que ele está
operando todas as coisas de forma que elas contribuam juntamente para a Sua
glória e o nosso bem (Rm 8.28). Quando eu estou insatisfeito a respeito do
passado, presente ou do futuro, então eu estou lutando contra o governo de
Deus, questionando Sua sabedoria e duvidando do Seu amor.
Se estamos
insatisfeitos, então devemos nos lembrar da confortante doutrina da providência
de Deus.
2. Lembre-se da Bondade de Deus.
Estar descontente é questionar a bondade de Deus. Lembremos
que as coisas não estão “boas” porque dizemos que elas estão boas. As coisas
estão “boas” porque elas estão consistentes com quem Deus é e com o que Ele diz
que é bom. Ele é o juiz da bondade. “Tu és bom e abençoador” (Sl 119,68).
Enquanto nós, como crentes, podemos ter dificuldades em aceitar o rótulo de
Deus daquilo que é bom (Rm 8:28) nós podemos ter certeza de que a dificuldade
não é com a definição de Deus, mas com a nossa percepção do que é bom. Nós
podemos diagnosticar e aconselhar muito dos nossos problemas pessoais se
interpretarmos nossas circunstâncias à luz do caráter de Deus ao invés de
interpretar o caráter de Deus à luz das nossas circunstâncias. Ele é bom.
3. Lembre-se da cruz
O mais importante remédio que temos para nossas almas é a
cruz. É o colírio que remove a irritação dos olhos das nossas almas e focaliza
a nossa vista com clareza baseada na verdade. A cruz nos faz lembrar o que nós
merecemos. Nós não merecemos misericórdia mas a recebemos. Deus interviu na
nossa eterna celebração egoísta e pregou o nosso pecado na cruz (Col. 2:14).
Não podemos jamais falar daquilo que merecemos quando estamos debaixo da sombra
da cruz. A cruz nos lembra que Jesus recebeu o que nós merecemos e nós
recebemos o que Jesus mereceu. É difícil murmurar e reclamar quando você lembra
que merece o inferno.
Mas a cruz também nos lembra que Deus é confiável. Não é
este o maior problema para nós? Você pode confiar em Deus? Bem, coloque-se
novamente sob a sombra da cruz e deixe o apóstolo interpretá-la para você a
aplicá-la às experiências da nossa vida:
“Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes, o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas?” (Romanos 8:32)
Se você pode confiar em Deus para cuidar dos maiores
problemas (pecado/morte) então você pode confiar que ele vai cuidar de você em
coisas secundárias (tudo mais).
Se desejamos aprender a ter contentamento, então temos que
ser capazes de reconhecer o descontentamento. Se estamos murmurando,
amargurados ou preocupados então podemos ter certeza de que estamos
descontentes. Devemos correr de volta ao Deus da Palavra e à Palavra de Deus
para sermos
relembrados da verdade.
Fonte: Por Erik Raymond, traduzido por Nayara Andrejczyk,
via Reforma 21
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