Há duas situações musicais nas quais eu creio que a benção está presente. Uma delas acontece quando um sacerdote ou organista, ele próprio uma pessoa, treinada e de gosto refinado, de forma humilde e carinhosa, sacrifica seus próprios anseios – todos esteticamente corretos – e entrega ao povo uma porção mais humilde e simples, crendo que, assim, conseguirá levá-los para mais perto de Deus.
A outra situação ocorre quando outra pessoa, totalmente ignorante em termos musicais e artísticos, ouve humilde e pacientemente uma obra que é incapaz de apreciar por inteiro, crendo que, de alguma forma, ela glorifica a Deus. Caso não edificar aquele ouvinte inculto, ele assume que a falha deve estar nele, e não no executante. Nem o erudito nem o ignorante devem se desviar desse caminho. A música terá sido um canal da graça para ambos; não a música que os agradou, mas aquela que os desagradou. Ambos sacrificaram e ofereceram seus gostos no mais profundo dos sentidos.
Mas no lado oposto dessas situações, quando o músico se enche de orgulho de suas habilidades ou é contaminado pelo vírus da emulação e olha com desdém para a congregação que não apreciou seu desempenho, ou ainda quando o inculto se fecha em sua ignorância e conservadorismo, olhando, com a hostilidade típica do complexo de inferioridade, para todos aqueles que desejam melhorar seu gosto – aí, então, podemos estar certos de que tudo o que ambos ofereceram não é abençoado, e que o espírito que os motiva não é o Espírito Santo.
Intenção Musical
A mim parece muito importante definer cuidadosamente a forma, ou as formas, de música que podem glorificar a Deus. Num certo sentido, todos os agentes naturais, mesmo os inanimados, glorificam a Deus continuamente, revelando o poder dAquele que os criou. Neste sentido nós, como agentes naturais, fazemos o mesmo.
Neste nível, nossas más ações, ainda que demonstrem nossas habilidades e força, podem ser consideradas como glorificação a Deus, assim como nossas boas ações. Uma peça musical excelentemente tocada, como uma ação natural que revela em um alto grau os poderes peculiares dados aos homens, irá sempre glorificar a Deus, qualquer que tenha sido a intenção do músico. Mas esta é uma forma de glorificar que nós compartilhamos com "as feras e os grandes abismos", com o "gelo e a neve".
O que é procurado em nós, como homens, é uma outra forma de glorificar, que depende da intenção. Quão fácil ou quão difícil pode ser para um coral inteiro preservar a intenção durante as discussões e decisões, todas as correções e desapontamentos, toda a rivalidade e ambição, que precedem a apresentação de um grande trabalho, eu ( naturalmente) não sei. Mas é da intenção que tudo depende. Se for bem sucedido, eu acho que os artistas são os mais felizes dos homens: privilegiados como mortais para honrar a Deus como anjos e por alguns poucos preciosos momentos, ver espírito e carne, trabalho e gozo, talento e adoração, o natural e o sobrenatural, todos fundidos numa unidade que deveria ter existido antes da queda.
A outra situação ocorre quando outra pessoa, totalmente ignorante em termos musicais e artísticos, ouve humilde e pacientemente uma obra que é incapaz de apreciar por inteiro, crendo que, de alguma forma, ela glorifica a Deus. Caso não edificar aquele ouvinte inculto, ele assume que a falha deve estar nele, e não no executante. Nem o erudito nem o ignorante devem se desviar desse caminho. A música terá sido um canal da graça para ambos; não a música que os agradou, mas aquela que os desagradou. Ambos sacrificaram e ofereceram seus gostos no mais profundo dos sentidos.
Mas no lado oposto dessas situações, quando o músico se enche de orgulho de suas habilidades ou é contaminado pelo vírus da emulação e olha com desdém para a congregação que não apreciou seu desempenho, ou ainda quando o inculto se fecha em sua ignorância e conservadorismo, olhando, com a hostilidade típica do complexo de inferioridade, para todos aqueles que desejam melhorar seu gosto – aí, então, podemos estar certos de que tudo o que ambos ofereceram não é abençoado, e que o espírito que os motiva não é o Espírito Santo.
Intenção Musical
A mim parece muito importante definer cuidadosamente a forma, ou as formas, de música que podem glorificar a Deus. Num certo sentido, todos os agentes naturais, mesmo os inanimados, glorificam a Deus continuamente, revelando o poder dAquele que os criou. Neste sentido nós, como agentes naturais, fazemos o mesmo.
Neste nível, nossas más ações, ainda que demonstrem nossas habilidades e força, podem ser consideradas como glorificação a Deus, assim como nossas boas ações. Uma peça musical excelentemente tocada, como uma ação natural que revela em um alto grau os poderes peculiares dados aos homens, irá sempre glorificar a Deus, qualquer que tenha sido a intenção do músico. Mas esta é uma forma de glorificar que nós compartilhamos com "as feras e os grandes abismos", com o "gelo e a neve".
O que é procurado em nós, como homens, é uma outra forma de glorificar, que depende da intenção. Quão fácil ou quão difícil pode ser para um coral inteiro preservar a intenção durante as discussões e decisões, todas as correções e desapontamentos, toda a rivalidade e ambição, que precedem a apresentação de um grande trabalho, eu ( naturalmente) não sei. Mas é da intenção que tudo depende. Se for bem sucedido, eu acho que os artistas são os mais felizes dos homens: privilegiados como mortais para honrar a Deus como anjos e por alguns poucos preciosos momentos, ver espírito e carne, trabalho e gozo, talento e adoração, o natural e o sobrenatural, todos fundidos numa unidade que deveria ter existido antes da queda.
Por C.S. Lewis
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De livre vontade te oferecerei sacrifícios; louvarei o teu nome, ó Senhor, porque é bom. Salmos 54:6
Hey galera a paz do Senhor, gostaria de disponiblizar à vocês levitas, líderes de louvor ou até mesmo membros à acessar o blog completo sobre música na igreja e suas influencias no mundo.
ResponderExcluirUm estudo completo sobre música
www.estudomusical.blogspot.com.
Agradeço a oportunidade
e parabenizo este blog abençoado